
Dia 1º de março, a tatuiana Luciana Holtz de Camargo Barros participou de um programa na rádio CBN para iniciar um trabalho do Instituto Oncoguia para alertar pessoas sobre o câncer colorretal. Para a presidente do instituto, “precisamos conscientizar pessoas com mais de 50 anos sobre a importância de falar com seu médico sobre a colonoscopia”. Ela alerta que este tipo de câncer é o mais comum entre as mulheres e o terceiro entre os homens. A tatuiana está convidada para participar de uma Audiência Pública no Senado da República para debater esta grave doença que pode ser prevenida.
No Senado – A senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE) apresentou um requerimento no Senado para realizar uma audiência pública com o objetivo de discutir o tema “Câncer Corretal” e as ações políticas para prevenção, diagnóstico e tratamento. A senadora argumenta que “a campanha de “Março em Cores” busca, desde 2017, trazer atenção para o câncer colorretal, conhecido como câncer de cólon e reto ou câncer do intestino grosso. O objetivo – diz a senadora – é levar informação aos pacientes que passam por este tratamento. Para a parlamentar, o câncer colorretal não pode passar em branco, pois é o segundo mais incidente em mulheres e terceiro em homens. Maria do Carmo, em seu requerimento apresentado em fevereiro, alerta que “quando o câncer colorretal é diagnosticado em um estágio inicial, aumentam as chances de cura ou de sobrevida dos pacientes”. Ela lamenta que a maior parte dos casos somente é diagnosticada em estágio avançado. A senadora assegura que a campanha “Março em Cores” será de grande importância para estimular o conhecimento e permitir que mais pessoas tenham a possibilidade de se prevenir ou procurar tratamento adequado”.
FALTAM HOSPITAIS E EXAMES PARA PREVENÇÃO
O diagnóstico para detecção de câncer no Brasil é mais difícil do que se imagina e prejudica as chances de sobrevivência do paciente. A dificuldade de acesso a exames avançados na rede pública e até mesmo na privada no Brasil dificulta o tratamento. Sem contar com a carência de tecnologias de ponta para detecção dessas doenças, que afligem milhares de brasileiros todo ano, além das barreiras burocráticas dos planos de saúde para a prescrição dos exames necessários para a precisão diagnóstica.
O mesmo não ocorre com políticos do alto escalão do governo. Os ex-presidentes Luís Inácio Lula de Silva e Dilma Roussef se trataram no Hospital Sírio Líbanês, outros recorrem ao Hospital do Câncer em São Paulo. Mesmo em outras situações nenhum político procura a rede pública. O presidente Jair Bolsonaro está em tratamento no Hospital Albert Stein, em decorrência de um atentado que sofreu em Juiz de Fora no ano passado.
Em Tatuí, a situação é desastrosa e desumana. Pacientes com câncer tem que recorrer ao hospital de Jaú e ao Hospital Amaral Carvalho, em Bauru. Como retribuição a estes humanitários atendimentos, pessoas abnegadas de Tatuí realizam constantes coletas de sangue para suprir as necessidades deste hospital. Outro hospital que se dedica a pacientes da região é o GPACI, de Sorocaba. Jovens pacientes de Tatuí recorrem a este hospital. A Liga Tatuiana de Assistência a Cancerosos (Litac) presta inestimáveis serviços à população e sobrevive com dinheiro arrecadado em um bazar. Mas para chegar a este estágio, os pacientes já enfrentaram os descasos nos atendimentos, longas esperas pelos resultados de exames e a falta de políticas públicas para atender essas pessoas de Tatuí e região.
