
Foto: Escritório do Cemitério reformado na gestão anterior do prefeito Miguel Lopes.
A notícia publicada pelo Jornal Integração, nesta quarta-feira (14), a respeito de problemas burocráticos enfrentados por famílias para ter acesso à informações a respeito dos jazigos perpétuos, no escritório do Cemitério Cristo Rei, repercute na comunidade. Além dessa deplorável situação, na matéria foi questionado outro grave problema: comercialização de túmulos não autorizados vendidos para outras famílias. Elaine Grecchi, secretária do Meio Ambiente, em declaração a este semanário, disse que ainda constam 19 casos pendentes de vendas não autorizadas, ainda sem solução. Na matéria, o semanário relata dois casos concretos de familiares que procuraram o escritório de cemitério, na Avenida das Mangueiras. A ambos foi negado o acesso ao conteúdo da pasta que arquiva os registros de sepultamentos em jazigos perpétuos e outros. E outro problema, que tira o sono do pessoal da Prefeitura, é que muitos túmulos foram “comercializados” e vendidos para outras famílias ocuparem o espaço no “campo santo”. E já há algum tempo surgem os verdadeiros proprietários.
O Jornal Integração fez uma pesquisa jurídica sobre fato tão grave. Informa-se ao leitores que a situação relatada na matéria jornalística deve ser formalmente encaminhada, como reclamação, tanto à Câmara Municipal (daria uma “bela” CPI municipal) quanto ao Ministério Público da comarca de Tatuí, para instauração do pertinente “inquérito civil”, preparatório de futura ação civil pública destinada a proteger direitos e interesses metaindividuais da coletividade, notadamente aqueles de caráter difuso!
“EXTINÇÃO” DO MUSEU HISTÓRICO REPERCUTE NA CÂMARA
Na segunda-feira (12), a Câmara Municipal de Tatuí aprovou o Requerimento 1783/2025, versando sobre projeto em poder da Secretaria Municipal de Cultura, que visa transformar o museu – dois pavimentos superiores – dedicado somente para homenagear o escritor Paulo Setúbal. Questionado pelo Jornal Integração qual será o destino das peças e documentos, que compõem o acervo histórico de Tatuí. Esse material histórico foi coletado por Nilzo Vanni, desde 1960, quando surgiu o embrião para implantar museu em Tatuí. Rogério Vianna, secretário adjunto da Secretaria Municipal de Cultura, explicou ao jornalista do “Integração”, que as peças vão ser “arquivadas” no porão do prédio histórico da Cadeia Pública, inaugurada em 1920. Ao exibir o projeto, afirmou que a figura central homenageada no prédio será o escritor Paulo Setúbal. E justifica que além de R$ 260 mil para executar o projeto, a família Setúbal financia a Semana Paulo Setúbal, realizada no mês de agosto, em Tatuí.
Efeito São Tomé – Os vereadores João Eder, Bossolan, Cintia, Kelvin, Márcio e Maurício, na sessão de Câmara, na segunda-feira, através de documento oficial, questionam o prefeito Miguel Lopes se procede a matéria publicada pelo Jornal Integração, a respeito da extinção do museu. Um requerimento apresentado no Poder Legislativo, em seu trâmite normal, leva semanas para ser respondido. Esses vereadores deveriam imitar São Tomé. Como os parlamentares têm o dever de fiscalizar os atos públicos, ao tomar conhecimento da matéria do jornal, deveriam se dirigir ao Museu Histórico “Paulo Setúbal” e verificar “in loco”, em que situação de encontram os objetos. Muitos deles já estão “trancafiados” a “sete chaves’, inclusive uma maquete maravilhosa do “Teatrão”, confeccionada com todo zelo e precisão, pelo professor Acácio Vieira de Camargo, figura ilustre que hoje denomina uma escola, no Bairro São Cristóvão (informação da Prefeitura Municipal).
Na terça-feira (13), o ex-prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo ligou para o diretor do Jornal Integração. Ele informa que sua administração gastou uma verba significativa para reformar recentemente o museu. E acrescenta, que sua assessoria jurídica vai ajuizar uma ação, para impedir que essa esdrúxula reforma se concretize. E finaliza: a atual administração quer é gastar os R$ 260 mil, a ser doado pela família Setúbal (Itaú).
Um grande observador: Na reunião do dia 7 de maio, no prédio do Alvorada, onde Rogério Vianna recebeu os jornalistas José Reiner Fernandes e Christian Pereira de Camargo, para tratar do acervo do Jornal Integração, o secretário adjunto demostrou ser um grande observador sobre prédios históricos da cidade. O Alvorada Clube foi construído pelo professor Acassil José de Oliveira Camargo e projeto doado pelo arquiteto Enildo Barros. A edificação foi projetada ser em concreto aparente, genialidade da arquitetura na década de 1960. Presidentes que sucederam Acassil, resolveram pintar o prédio e executar um verdadeiro “massacre cultural” no Alvorada. Ao entrar na sala de Viana, o jornalista do Integração brincou e disse que existe um erro técnico naquele local. – É de concreto aparente e também foi pintado com tinta acrílica. Rogério, do alto de sua sabedoria em matéria de cultura, responde:
– Você já observou a Igreja Matriz de Tatuí. Foi construída com pedra sabão e também foi pintada!
Obs: A pedra sabão, nome popular do esteatito, é utilizada em esculturas e obras de arte, devido sua facilidade de modelagem e resistência ao calor. O concreto aparente deve apenas ser envernizado e a pedra sabão restaurada para retorno à sua cor normal. Um exemplo clássico dessa técnica, aconteceu na Catedral de Notre Dame, em Paris, iniciada sua construção no ano de 1.163. Depois que o templo sofreu um incêndio, no dia 15 de abril de 2019, às 18h20, após debelar o fogo, os restauradores mantiveram suas paredes externas e internas como foram concebidas.
MAIS DINHEIRO PÚBLICO VAI PARA O RALO?
Se não bastasse o projeto de lei do prefeito Miguel Lopes, aprovado sem unanimidade, em janeiro desse ano, que criou dezenas de cargos em comissão – segundo os vereadores vai onerar em R$ 4 milhões a folha de pagamento – agora, um novo “trem da alegria” está na mira do Poder Executivo: o TatuiPrev, fundo de pensão dos funcionários municipais.
Na segunda-feira (12), o prefeito municipal encaminhou o Projeto de Lei Complementar 09/2024, de autoria do Executivo, que altera e acrescenta dispositivos à Lei Complementar 6, de 4 de novembro de 2009, para inserir o pagamento de Jeton aos Conselhos Deliberativo, Fiscal e Comitê de Investimentos do Instituto de Previdência Própria do Município de Tatuí (TATUIPREV).
Jeton na linguagem popular é uma gratificação ou compensação pela participação em sessões, reuniões ou atividades específicas. O TatuiPrev foi instalado por lei municipal em 2009. Até agora não houve pagamento de “jetons” para os conselheiros. E agora surge mais essa emenda à lei, para delapidar o capital reservado ao pagamento de pensões aos funcionários públicos? O sindicato da categoria deve ficar em estado de alerta! Na justificativa do projeto citam-se a conversão da Medida Provisória 871/19 na Lei Federal 13.846/2019, juntamente com a Portaria MTP 1467, de 02 de junho de 2022. Portaria apenas regulamenta a lei. Mas, nada impede que o trabalho seja realizado de forma voluntária, como sempre acontece desde 2009.
