EDIÇÃO 2309 – 21-12-2024
Na segunda-feira (9), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a clínica de hemodiálise, órgãos relacionados à saúde pública, voltaram à pauta dos debates na Câmara Municipal de Tatuí.
A vereadora Cintia Yamamoto Soares informa que no dia 4 de dezembro, houve uma reunião, online, com o Promotor Público Rafael Corrêa, e participaram, além dela, os vereadores João Eder Alves Miguel, Márcio Antonio de Camargo (Santa Rita), Maurício Couto e secretários municipais Nicolau Rodrigues dos Santos Neto (Saúde) e Markus Henrique Tavares Gonsalves Silva (Administração).
Na palavra livre, o vereador João Eder reportou-se ao serviço de hemodiálise da Nefrotat, que ainda não funciona na cidade. Em relação à verba depositada na conta da Prefeitura, em março de 2024, o parlamentar afirma que “o recurso de R$ 800 mil, segundo a equipe da Saúde, hoje está depositado em uma conta reservada”. Disse ainda o vereador: “esperamos que possa ser utilizado, futuramente, assim que o empreendimento estiver devidamente legalizado para o funcionamento”. A falta de alvará da Nefrotat é apontada pelo vereador Antonio Marcos de Abreu, para justificar a não utilização da verba.
Logo após, a vereadora Cintia Yamamoto foi à tribuna e teceu observações sobre a área da saúde pública. Comentou sobre os repasses de verbas aos agentes de Saúde, reforma da cozinha da Santa Casa, utilização dos recursos para o serviço de hemodiálise e a dívida da Prefeitura com a empresa que administra a UPA de Tatuí. A parlamentar deixou público que esses assuntos foram debatidos em uma reunião, com a participação de secretários municipais e do promotor Rafael Corrêa, do Ministério Público de Tatuí.
Em seu depoimento, Cintia faz referência sobre controvérsias a respeito do destino dos R$ 800 mil, enviados pelo ministro Alexandre Padilha (Ministério das Cidades), e Emenda Parlamentar, no valor de R$ 300 mil, enviada para Tatuí pelo deputado federal Carlos Zarattini (PT). À época, o parlamentar petista disse, em entrevista à imprensa, em frente à clínica, no Jardim Thomaz Guedes, que destinou esse dinheiro para a aquisição de serviços de hemodiálise com a Clínica Nefrotat, para que faça sua média histórica, pelo credenciamento pelo SUS. Cerca de cem pacientes renais crônicos precisam se deslocar para outras cidades e passar pela hemodiálise, três vezes por semana. Essa unidade em Tatuí é particular, está pronta e instalada no Jardim Thomaz Guedes. Foi construída pelo médico nefrologista Alcyr Weller Ferrari, com investimento de cerca de R$ 4 milhões em suas instalações.
“Eu e os vereadores Márcio do Santa Rita, João Éder e Maurício participamos de uma reunião com o representante da Secretaria Municipal de Saúde e Ministério Público. Na realidade – informa a vereadora – nessa reunião foi o Promotor Público que questionou sobre o funcionamento da hemodiálise. Nós nem havíamos falado sobre esse assunto. Ele (promotor) colocou em pauta, porque entende ser um serviço de relevância para a comunidade”. Segue a parlamentar em seu pronunciamento: “nos informaram que esse valor (R$ 800 mil) estaria guardado, congelado. Porém, houve vereador que disse aqui na Câmara, que o recurso seria utilizado para outros fins. Há controvérsias e temos que questionar. Um requerimento foi apresentado nessa sessão, porque o secretário (Saúde) se dispôs em esclarecer o andamento da clínica, em sua pasta, e enviar as respostas necessárias sobre o processo de credenciamento da hemodiálise”, diz Cíntia. Outro assunto, objeto da discussão, foi a falta de repasses de verbas, que ultrapassa R$ 4 milhões, para a empresa BHCL, administradora da UPA de Tatuí. A vereadora observa que essa dívida com a administradora da UPA causa problema de débitos com fornecedores, falta de medicamentos e o reflexo do não pagamento, por parte da Prefeitura, recai diretamente sobre a população.
“Nessa reunião com o Promotor, o secretário da Saúde afirmou que basta colocar o requerimento, com as perguntas pertinentes, na pauta da Câmara, que serão fornecidas respostas de verdade”. Com uma certa dose de pessimismo, Cíntia finaliza: “A nossa esperança é que essas respostas venham para a Câmara. E que não tenham mentido para o Promotor, na cara dele”.

