JORNAL INTEGRAÇÃO COMPLETA 49 ANOS DE CIRCULAÇÃO

EDIÇÃO 2309 – 21-12-2024

Desde as primeiras edições, o Jornal Integração se envolveu em fatos polêmicos.

         Dia 24 de dezembro, o Jornal Integração completa 49 anos de circulação ininterrupta na cidade de Tatuí. O semanário foi concebido nas carteiras da Faculdade de Comunicação Social “Cásper Líbero”, pelos jornalistas Francisco José Lang Fernandes de Oliveira (Chico Lang), Roberto Antonio Carlessi e José Reiner Fernandes, editor do semanário desde seu lançamento, dia 24 de dezembro de 1975. Somaram-se aos estudantes, o professor Acassil José de Oliveira Camargo e o artista plástico Ivan Gonçalves.

Em foto recente, jornalistas José Reiner e Chico Lang em
frente ao prédio da Gazeta, na Avenida Paulista.

         O entusiasmo de ver um novo veículo de comunicação em Tatuí, levou muitos jovens a participar da distribuição gratuita dos primeiros três mil exemplares. Máximo Machado Lourenço, Luiz Carlos Azevedo, Acassil Júnior e outros ajudaram a veicular as primeiras informações do novo jornal da cidade. Tatuí era tranquila e as famílias cultuavam o costume de sentar, nas primeiras horas da noite, em frente de suas casas. Em uma das esquinas do Jardim Junqueira, uma mulher recebeu o exemplar e comentou: – Esse jornal já fecha, como outros que apareceram !

A forte dose de pessimismo não afetou o atual editor ao ouvir essa frase. Ao contrário, até estimulou a continuar a editar um jornal para Tatuí, feito que muitos tentaram e não conseguiram. O País vivia uma terrível ditadura e há poucos meses o jornalista Vladimir Herzog havia sido morto pelo regime militar. Este fato repercutiu nos meios jornalísticos e acadêmicos, principalmente na “Casper Líbero” e na Faculdade de Jornalismo da Universidade de São Paulo (USP). O que ocorreu com o deputado Rubens Paiva, revivido no filme “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, era recorrente na ditadura. Este filme alcança grandes bilheterias pela veracidade dos fatos apresentados e está cotado para disputar o Oscar de “Melhor Filme Internacional”.

         O Jornal Integração, durante quase 50 anos, acompanhou as dificuldades e erros da política econômica governamental. Tatuí vivia outros tempos. Três mil trabalhadores volantes (boias frias) se acotovelavam na Avenida Pompeo Reali, nas primeiras horas da manhã, à espera de caminhões, para levá-los para as fazendas da região, trabalhar na lavoura. Era mão de obra remanescente das fábricas de tecidos, que davam os sinais da falência.

         Somente dois partidos políticos eram permitidos pela ditadura militar:  Arena (Aliança Renovadora Nacional) e MDB (Movimento Democrático Brasileiro), popularmente chamado de “Manda Brasa”. A Arena reinava triunfante em Tatuí e dominava todas as áreas. Em 1982, os ventos mudaram de rumo. Surge na cidade uma liderança carismática, que surpreende a todos. Joaquim Amado Quevedo, o Veio Quevedo, vence as eleições municipais. Os votos brotavam dos grotões da periferia esquecida, principalmente da Vila Esperança. A política começa a rumar em outra direção. Veio Quevedo, com sua humildade, conseguiu agregar pessoas que pensavam no futuro da cidade e de sua população. O município dá uma guinada e sua política privilegia a educação e saúde. O professor Ciro Rodrigues Alves, com toda sua expertise em educação, começa a revolucionar com projetos sociais como “Mães Crecheiras”, pré-primário, Projeto Alfa (hoje, Ayrton Senna), idealizado e consolidado pelo professor Acassil e administrado pelo professor Quincas. Outras áreas também foram privilegiadas. Os prefeitos que o sucederam deram suas contribuições, para deixar a cidade em condição de se transformar em um polo regional de desenvolvimento.

         Ao chegar aos seus 49 anos, o Jornal Integração continua com os mesmos propósitos que o levaram à longevidade: defender o Conservatório de Tatuí, lutar pela qualidade de vida de seus moradores, não se omitir em defender a clínica de hemodiálise, dar voz à população e defender os superiores interesses do município.

         N. R: Desde o primeiro número, o Promotor Público José Celso de Mello Filho, por ser aficionado pela imprensa – um dos pilares da democracia – acompanhou toda a trajetória do Jornal Integração. À época, era assessor jurídico do dr. José Mindlin, secretário estadual da Cultura. Sua carreira jurídica, até ocupar o cargo de Chefe do Poder Judiciário do Brasil (1997-1999), no Supremo Tribunal Federal (STF), está registrada nas páginas do semanário tatuiano.

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