Editorial: QUEM GANHOU O DEBATE FOI O ELEITOR!

Prefeito Miguel fica na defensiva contra Sallum.
Sallum lembra da situação do Conservatório e da Hemodiálise.

Fotos: Reprodução da TV Tem

EDIÇÃO 2298 – 5-10-2024

            No sábado (28), a afiliada da TV Globo de Itapetininga – que transmite imagens para a região – promoveu um debate entre os candidatos a prefeito de Tatuí. Tudo estava combinado para o comparecimento do prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior, Eduardo Sallum e Alessandra Vieira de Camargo Teles. Para surpresa da emissora, às 22 horas, a candidata Alessandra enviou um e-mail para comunicar que não compareceria ao debate. No início do confronto, a mediadora da TV reportou sobre essa decisão e informou que o debate seguiria com os dois candidatos presentes. O quarto candidato de Tatuí, Rogério Milagre, não foi convidado para participar. A emissora criou uma “cláusula de barreira” e impediu esse representante da minoria de expor seu projeto político para sua cidade. Todos conhecem Rogério e sabem que, em todas as eleições, ele é “candidato crônico” a prefeito. Sua votação nunca convenceu, mas nada impede que ele espere que um milagre o coloque como titular da cadeira do “Palácio do Mangueirão”.

            Vamos ao que interessa no debate. Por que o eleitor de Tatuí ganhou o debate com a participação de apenas dois contendores? O prefeito Miguel Lopes, candidato à reeleição, coloca em teste a aprovação de sua administração. E Eduardo Sallum, jovem na política tatuiana, desponta como candidatura de oposição ao sistema governamental na cidade. Já conseguiu um fato inédito nas entranhas da política de Tatuí. Com apenas um voto do PT na Câmara Municipal, se elegeu presidente do Poder Legislativo. Aproveitou o racha entre o grupo político do prefeito Miguel Lopes, no momento no poder, e do grupo de oposição, que agora apoia a candidata Alessandra. Este feito de Sallum demonstra que Miguel Lopes tem como opositora Alessandra Gonzaga, embora o atual prefeito ocupe a cadeira que, pela vontade popular, foi conquistada pela mãe dela, a prefeita Maria José Vieira de Camargo, de saudosa memória. Infelizmente, em um momento trágico para a família Vieira de Camargo, Miguel Lopes a substituiu em agosto de 2021, primeiro ano de seu atual mandato.

            A participação de Eduardo Sallum, em um confronto direto visto pelo telespectador, com o prefeito Miguel, deixa claro o velho jargão: “dois bicudos não se beijam”. Eduardo, na força de seu idealismo, procurou ser incisivo. Questionou a administração municipal sobre a não instalação do centro de hemodiálise, com prédio e aparelhos prontos para funcionar em Tatuí. E dinheiro não faltou no cofre da Prefeitura. O deputado federal Carlos Zarattini (PT), a pedido da advogada Carla e de sua mãe, Glaucia Moura, conseguiu verba de R$ 800 mil, em março deste ano, para iniciar o serviço da clínica Nefrotat, instalada no Jardim Thomaz Guedes. O que faltou para atender os pacientes foi apenas vontade política. E este semanário está à vontade para se reportar ao assunto, pois acompanhou pari passu esta grave questão. Não só pela prioridade, mas de obra humanitária, que envolve tratamento de pacientes renais crônicos de Tatuí.

            No debate, Sallum também lembrou do problema sobre a péssima administração atual do Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”. Pelo que se observa, a vontade “administrativa” da O.S. Sustenidos é de verdadeiro extermínio da escola de música. Como lembrou muito bem o petista durante o debate. No início de janeiro deste ano, estava prevista a desativação do Alojamento “João Eurico de Mello Toledo”, que mantêm abrigados alunos e professores, em seus estudos e trabalho. Seu desmonte seria mais um grande desserviço que essa instituição prestaria à tradição musical de Tatuí. Pelo arrojo na atuação de alunos e da imprensa, o prefeito Miguel Lopes, neste caso, acordou em tempo, tomou posicionamento contrário ao governo Tarcísio de Freitas e evitou mais esse descalabro na melhor escola de música da América Latina. E é de pasmar que tudo o que ocorre no Conservatório conta com a anuência e o beneplácito da secretária Marília Marton, titular da Cultura no Estado de São Paulo. Seu único projeto “relevante” para Tatuí foi a implantação do “Projeto Guri”, completamente desnecessário para a “Capital da Música”. De fácil solução, basta apenas adequar os cursos de iniciação musical do Conservatório, para estimular crianças e jovens a estudar música em todas as regiões na cidade. E em suas próprias escolas. Poderia até evitar a criação de mais cargos, pagos com dinheiro público.

            Outros problemas administrativos de Tatuí, apontados pelo petista, como a merenda escolar, atendimento na área da saúde, oitocentas crianças que aguardam vagas em creches, deixaram o atual titular do Poder Executivo na desconfortável situação defensiva. Mas, por outro lado, também deu oportunidade a ele para mostrar seu trabalho realizado para a população, nas réplicas e tréplicas. Se as respostas foram satisfatórias, somente as urnas podem mostrar.

            Um fato curioso se observou no debate. Com o pugilato entre os debatedores em ação, o que pode se notar é que a ausência de Alessandra no debate – que usa a alcunha de “Gonzaga”, para não esconder sua origem e seu ideal político – não interferiu no andamento da disputa de ideias. Na noite de sábado, a candidata postou um vídeo na internet e justificou a causa do seu não comparecimento. O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), com suas observações de oposição a tudo, até reforça a desistência. De forma contumaz, adora se referir como decadentes e sem nenhuma utilidade os últimos “30 anos” de governos municipais em Tatuí. Porém, se esquece que no dia 11 de agosto, a cidade completou 198 anos. E sua mira só está apontada para o período administrativo que envolve os governos municipais dos prefeitos Joaquim Amado Veio Quevedo, Ademir Borssato, Luiz Gonzaga Vieira de Camargo, J. M. C. Coelho, Maria José Vieira de Camargo, e agora, Miguel Lopes Cardoso Júnior.

            Como essas administrações, acima citadas, estão presentes nas cabeças dos eleitores, e Alessandra ocupava, nesse período, o cargo de diretora das emissoras de rádio de Tatuí, como representante da imprensa, ela tem a obrigação de conhecer os cruciais problemas da cidade. E, como postulante ao cargo de prefeita, traçar seu projeto administrativo, para encontrar soluções para resolver – ou minimizar – as demandas sociais. E estas questões todos os candidatos devem saber. Foram expostas e debatidas, ao ouvir os eleitores, durante o período da campanha eleitoral.

            Estamos na antevéspera da eleição municipal de 6 de outubro. Nesta altura da disputa, o eleitor já deve estar decidido em quem votar, restando ainda alguns indecisos. Contrariando mentes totalitárias, o sistema democrático é salutar para uma Nação. O cidadão pode, livremente, manifestar sua vontade nas urnas. Escolher quem quer (ou não quer) que governe Tatuí. Na noite de domingo (6), vamos conhecer o titular que vai ocupar o Paço Municipal “Maria José Gonzaga”. Oxalá, vença o mais preparado para governar nossa cidade nos próximos quatro anos!!!

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