QUEM SOU EU?

EDIÇÃO 2293 – 24-8-2024

         Fui um dos principais personagens da história do Brasil. Minha ação promoveu mudanças na geopolítica de nosso País. Meus feitos influíram, inclusive, na nossa língua, que poderia ser outra, se não houvesse uma enérgica reação do meu governo. Estudei na Universidade de Salamanca, na Espanha. Recebi a confiança de muitos políticos e religiosos. Afinal, QUEM SOU EU?

RESPOSTA DA EDIÇÃO 2292 – 17-8-2024

         Anita Garibaldi (1821-1849) foi a “Heroína dos Dois Mundos”. Recebeu esse título por ter participado, no Brasil e na Itália, ao lado de seu marido Giuseppe Garibaldi, de diversas batalhas. Lutou na Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), na Batalha dos Curitibanos e na Batalha de Gianicolo, na Itália. 

         Ana Maria de Jesus Ribeiro, conhecida como Anita Garibaldi, nasceu em Morrinhos, então município de Laguna, Santa Catarina, no dia 30 de agosto de 1821. Era filha de Bento Ribeiro da Silva, um modesto comerciante de Laguna, descendente de família portuguesa vinda dos Açores, e de Maria Antônia de Jesus. 

         Com a morte de seu pai, Ana foi obrigada a se casar com o sapateiro Manuel Duarte de Aguiar. No dia 30 de agosto de 1835, com apenas 14 anos, casou-se na Igreja Matriz de Santo Antônio dos Anjos. O casamento durou apenas três anos, pois o marido se alistou no exército imperial e Ana voltou para casa de sua mãe.

         Anita e Giuseppe Garibaldi – Em 1839, Ana conheceu Giuseppe Garibaldi, general italiano que desembarcou no Rio de Janeiro, em 1835, fugindo de seu país, após se unir ao movimento “Jovem Itália”, e lutar pela independência dos Estados espalhados pela península italiana.

         Com o fracasso do golpe, Garibaldi foi condenado à morte, começando então uma vida de exílio. Refugiou-se na França e depois veio para o Brasil, onde já se encontravam outros exilados italianos. Participou de lutas e revoluções que influíram decisivamente em seu futuro.

         No Rio de Janeiro, Garibaldi participou de uma companhia de navegação de cabotagem. No Rio Grande do Sul aderiu à Guerra dos Farrapos – movimento rebelde do período regencial no qual os gaúchos lutavam pela autonomia da província, contra os altos impostos e o desinteresse do governo central pelos problemas locais.

          Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha, durou dez anos, tomou a cidade de Porto Alegre, e com o apoio da Assembleia Provincial, em 1836, proclamou a República de Piratini. Com o auxílio de Garibaldi o movimento se propagou. Em 1839 foi proclamada, em Santa Catarina, a República Juliana.  

         Nesses anos de guerra, Ana Ribeiro da Silva, que também lutava na revolução, conheceu Giuseppe Garibaldi, que passou a lhe chamar de Anita (pequena Ana em italiano). Unida a Garibaldi, participou ativamente do combate em Imbituba, Santa Catarina e da batalha de Laguna quando carregou e disparou um canhão.

         Durante a Batalha de Curitibanos, Anita foi capturada pelas tropas do Império. Grávida de seu primeiro filho foi informada que seu marido estava morto. Inconformada, conseguiu fugir a cavalo e saiu a sua procura, localizando-o vivo na cidade de Vacaria.

         Casamento – Giuseppe e Anita foram perseguidos pela Marinha do Império até fugirem para o Uruguai, onde ela passou a se dedicar ao lar. No dia 16 de setembro de 1840 nasceu seu filho Domênico Menotti. O casal teve mais dois filhos, Teresita e Ricciott. Em 20 de maio de 1842, casaram-se na paróquia de San Bernardino, em Montevidéu.

         Morte – Em abril de 1849, Garibaldi e Anita seguiram para os combates em Roma, mas em julho Roma foi vencida. Garibaldi seguiu com uma coluna a fim de socorrer Veneza. No fim da marcha para Veneza, grávida de cinco meses, Anita Garibaldi adoeceu em Orvieto, próximo à província de Ravenna, acometida por febre tifoide.

         Garibaldi e alguns amigos carregaram Anita por quilômetros entre os pantanais, fugindo das tropas austríacas que os perseguiam com ordem de fuzilá-los. Esta cena foi representada na tela do pintor Pietro Bouvier.

Reprodução: Pietro Bouvier

         Anita Garibaldi faleceu em Mandriole, Itália, no dia 04 de agosto de 1849. Em Roma, na colina de Gianicolo, em sua homenagem, foi erguido um monumento equestre, onde foram enterrados seus restos mortais.

         Por sua bravura, Anita foi chamada de “heroína dos dois mundos”. Seu nome é lembrado na denominação de dois municípios de Santa Catarina, Anita Garibaldi e Anitápolis. (Fonte: site e.biografia – Dilva Frazão É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.)

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