EDIÇÃO 2284 – 22-6-2024
Na segunda-feira (17), A Câmara Municipal de Tatuí aprovou dois requerimentos de autoria do vereador Antonio Marcos de Abreu (Republicanos), questionando o médico Alcir Weiller Ferrari, responsável pela clínica de hemodiálise Nefrotat. Um requerimento indaga se o proprietário “dispõe do alvará ou das licenças necessárias para funcionamento” e justifica que esta é uma forma de “garantir os serviços à população de Tatuí”. Em outro requerimento, também endereçado ao médico, o vereador questiona se a “Nefrotat já providenciou o alvará ou licenças necessárias junto às Vigilâncias Sanitárias Municipal e Estadual e pede o envio das cópias das documentações”.
O Jornal Integração acompanha o caso do funcionamento da hemodiálise desde que o vereador Antonio Marcos de Abreu era presidente da Câmara Municipal de Tatuí. Na época, o parlamentar anunciou publicamente que destinaria R$ 500 mil da sobra da verba anual do Poder Legislativo, para que a Nefrotat prestasse serviços para obter a média histórica e requerer o credenciamento junto ao SUS. O pedido do vereador foi levado a Plenário e teve o aval de forma unânime dos vereadores. Estranhamente, essa decisão do então presidente nunca saiu do papel. E sem nenhuma explicação razoável.
Quando o Governo Federal anunciou verba de R$ 800 mil, depositados na conta da Prefeitura, pleiteada pelas cidadãs petistas, advogada Carla Moura e Gláucia Moura, e o Jornal Integração publicou a notícia em primeira mão, o vereador, agora apoiador do governador Tarcísio de Freitas, se irritou e chegou a endereçar mensagens a este semanário. Argumentava que o Poder Público municipal não poderia destinar esse dinheiro à hemodiálise e até questionou a origem da verba, se, legalmente, a clínica ainda não existia. Para acalmar seu ânimo exaltado, o deputado federal Carlos Zarattini (PT), através de um vídeo, deixou claro que as verbas do Governo Federal eram para ser utilizadas na clínica de hemodiálise e atender os pacientes que precisam se deslocar de Tatuí para outros centros.
Os atuais requerimentos do vereador Antonio Marcos foram encaminhados a responsáveis pela clínica e a resposta foi que “solicitar o alvará, tudo bem, isso faz parte da responsabilidade da clínica. Porém, não existe a formalização da Prefeitura, por contrato, para garantir que haverá custeio do Executivo para atender pacientes do SUS, rumo à média histórica”.
Nesta quinta-feira (20), estava marcada uma reunião com a participação de uma representante da clínica com o vereador Eduardo Sallum (PT), presidente da Câmara. Este semanário teve acesso a um e-mail sobre o assunto que deve ser tratado. A íntegra da cópia da mensagem eletrônica: “Boa tarde a todos! Da parte da clínica a documentação solicitada foi enviada novamente agora no início de Junho. A DRS solicitou uma listagem de coisas que nós teríamos que enviar e junto dessa listagem está o contrato entre a Prefeitura e a clínica. Esse contrato foi encaminhado (ao prefeito Miguel Lopes), como é de conhecimento de todos, mas não foi devolvido ainda com a devida assinatura por estar sendo analisado. A questão da licença de funcionamento, ela só existirá lá na frente, quando tudo tiver pronto e preparado. Aí é acionado a Vigilância Sanitária para vir fazer a inspeção e aprovar ou não o funcionamento do serviço. Mas, para que aconteça, antes disso tudo tem que ter contratualização entre a Prefeitura e a Clínica. E é isso que estamos esperando”.

