EDIÇÃO 2276 – 20-4-2024

         Participei de dois golpes de estado, fui general e presidente da República. Tripliquei a dívida externa do País e iniciei uma rodovia que nunca saiu do papel. Construí uma grande hidrelétrica, considerada a maior do mundo. Afinal, quem sou eu?

RESPOSTA DA EDIÇÃO 2275 – 13-4-2024

         Diogo Antônio Feijó (1784-1843) foi um sacerdote e político brasileiro. Foi Deputado, Ministro da Justiça, Regente Imperial e Senador. Também conhecido como “Padre Feijó”, nasceu em São Paulo, no dia 17 de agosto de 1784. Filho de mãe solteira, foi criado por um tio, padre Fernando e pela avó. Passou a infância entre as cidades de Cotia, São Paulo, Parnaíba e Guaratinguetá. O padre José Gonçalves Lima, um parente próximo, se encarregou de prepará-lo para o sacerdócio.

         Ordenação – Com 20 anos, já subdiácono, foi morar em São Carlos, onde passou a lecionar latim e português, recebendo elogios da Câmara Municipal. Depois de continuar os estudos de filosofia, em 25 de outubro de 1808, ordenou-se padre. Nesse mesmo ano, resolveu seguir para Itu, uma vez que não poderia progredir nos estudos, pois não havia campo para o diálogo filosófico. Em Itu, na época, uma das sedes da comarca e com movimentado ambiente político, procurou o padre Jesuíno do Monte Carmelo, e logo abriu um curso de filosofia, o que o tornou um dos introdutores do pensamento de Immanuel Kant no Brasil.

         Vida política – Em Itu, o Padre Feijó ingressou no movimento separatista, que fazia oposição ao predomínio dos Andradas na política paulista. Em 1821 foi para Lisboa, onde seria regida a Constituição do País, como deputado de seu Estado natal. Chegando lá, encontrou um ambiente hostil, pois para os portugueses a única função dos brasileiros era apenas “assinar a Constituição”. Depois de três meses de sessões na Corte de Lisboa, e de pregar a independência do Brasil, Diogo Feijó pede a palavra e os portugueses, estarrecidos, ouviram o padre pronunciar um discurso em defesa dos interesses brasileiros, o que causou um movimento de perseguição contra os deputados do Brasil. Nas vésperas da aprovação da Constituição, os sete deputados brasileiros viram-se obrigados a fugir para a Inglaterra e de lá voltaram para o Brasil. No dia 21 de dezembro de 1822, Feijó desembarca no Recife, Pernambuco, e só então toma conhecimento da proclamação da independência do Brasil no dia 7 de setembro. Diogo Antônio Feijó retornou para Itu e em 1824, obrigou a Câmara de Itu a reformar o projeto da Constituição do Império. Contrário às diversas medidas restritivas da Constituição, outorgada em 1824, despertou a antipatia de D. Pedro I.

         Deputado – Em 1926, Diogo Feijó reiniciou a carreira política. Foi nomeado deputado por São Paulo nas legislaturas de 1826-1829 e 1830-1833.

         Destacou-se nos debates em defesa da abolição do celibato clerical e pelos ataques ao imperador, no movimento de resistência ao absolutismo que resultou na abdicação de D. Pedro I no dia 7 de abril de 1831, que na visão da classe dominante foi a confirmação da Independência.

         Ministro da Justiça – Com a menoridade de futuro imperador do Brasil, o país passou a ser governado por “regências”, até 23 de julho de 1840, quando D. Pedro II foi declarado maioridade. Em julho de 1831, Diogo Feijó, então deputado, foi convidado pela Regência Trina Permanente a ocupar a pasta do Ministério da Justiça, em nome do Partido Moderado. Feijó, o homem forte do regime, atuava como ditador legal. Para manter a ordem pública, criou a Guarda Nacional. Agiu Feijó com energia e eficiência, sufocando motins e revoltas, mantendo a ordem a todo custo. Um decreto importante, de cunho abolicionista, marcou sua atuação, quando declarou livres todos os escravos vindos de fora do Império. Porém, sua lei não foi cumprida. Para Feijó, José Bonifácio de Andrade, do Partido Restaurador, era o principal responsável pela revolta que irrompera no Rio de Janeiro, em 3 de abril de 1832, e fonte de muitas intrigas políticas. Debelada a revolta, exigiu que José Bonifácio fosse destituído do cargo de tutor do infante D. Pedro II, mas o Parlamento rejeitou o pedido. Insatisfeito, Feijó deixou o ministério e retirou-se para São Paulo. Em 1933 foi eleito para o Senado pelo Rio de Janeiro.

         A Regência de Feijó – Com a morte de D. Pedro I em Portugal em 24 de setembro de 1834, extinguia-se o partido Restaurador. Após a promulgação do Ato Adicional em 12 de agosto de 1834 que criava o Regente Único, Feijó foi o escolhido mediante consulta popular. A “Regência Uma” de Diogo Feijó exercida entre 12 de outubro de 1835 e 19 de setembro de 1837, enfrentou grande oposição política e algumas revoltas que agitaram o Brasil, tais como a Cabanagem, no Pará, e a Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul. Feijó não conseguiu encontrar soluções imediatas para os problemas nacionais. A Câmara negou fundos para debelar as rebeliões. Os atritos entre a Câmara e o Executivo passaram a ser constantes. Quando ainda dispunha de dois anos na regência, em 19 de setembro de 1837, Feijó renunciou. Nomeou interinamente o pernambucano Pedro Araújo Lima, futuro Marquês de Olinda.

         Últimos Anos – Diogo Feijó só retornou à atividade parlamentar em 1839, quando foi eleito presidente do Senado. No dia 23 de julho de 1840 assistiu a coroação de D. Pedro II, depois do golpe da maioridade, uma trama dos liberais, dando início ao Segundo Reinado. Autora da biografia, Dilva Frazão – Biblioteconomista e professora. (Fonte: Wikipedia).

 

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