QUEM SOU EU?

Sou escritor, conhecedor da literatura brasileira e inglesa. Minha  obra de  1881 deu início no movimento realista. Fui escritor, jornalista, contista, cronista, dramaturgo e poeta. Afinal, quem sou eu?

RESPOSTA – 7-10-23 – 2250

Meu nome é Carlos de Campos, filho de Bernardino de Campos, que foi um dos grandes republicanos históricos de nossa Pátria! Fui político e exerci diversos mandatos legislativos (Deputado Estadual e Deputado Federal). Também fui eleito em 1924 Presidente do Estado de São Paulo, sucedendo a Washington Luís na Chefia do Governo paulista! Cabe esclarecer, neste ponto, que esse título de “Presidente do Estado” prevaleceu durante o período da República Velha (1889-1930), havendo sido consagrada a designação tradicional de Governador do Estado somente a partir da Constituição paulista de 09 de julho de 1935 (art. 25)

Carlos de Campos foi músico, compositor e, quando Presidente do Estado de São Paulo, desenvolveu e fomentou muitas atividades no setor cultural! Foi ele um dos fundadores do Conservatório Dramático e Musical da cidade de São Paulo e, também, da Academia Paulista de Letras! Como músico, compôs “as óperas ‘A bela adormecida’, em um prólogo, um intermezzo e dois atos (com libreto de João Kopke e orquestração de Luís Provesi), estreada em São Paulo, no Teatro Municipal, a 28 de abril de 1924, e levada no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, a 8 e 16 de novembro de 1924; e ‘Um caso singular’, em três atos (com libreto de Pedro Augusto Gomes Cardim), estreada em São Paulo, no Teatro Municipal, em agosto de 1926, e levada no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, a 30 de julho e 5 de agosto de 1926” (in Enciclopédia da Música Brasileira – Art Editora e PubliFolha)!

Segundo o pesquisador Antônio Sérgio Ribeiro, do CPDOC/ FGV, Carlos de Campos, “No ano em que faleceu, estava terminando sua terceira obra musical, que deixou inacabada. Musicou poemas e publicou em 1926 um volume com suas composições, ilustrado pelo artista português Correia Dias.”

Seguramente, foi esse o motivo que levou o Estado de São Paulo a homenagear-lhe a memória, atribuindo a essa instituição de excelência, que é o Conservatório de Tatuí, a denominação oficial de Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos” de Tatuí e que hoje constitui, para orgulho dos tatuianos, patrimonio cultural inalienável do povo de NOSSA terra (a “urbs tatuhyensis”), de nosso Estado e do Brasil !!!

Carlos de Campos , entre suas muitas realizações já mencionadas na pergunta “Quem sou eu?”, também criou a Guarda Civil do Estado de São Paulo em 1926, que deixou de existir em virtude de sua fusão com a Força Pública paulista, dando origem, em 1970, à Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Durante a Revolução de 1924, a cidade de São Paulo sofreu, no período de 05 a 28 de julho de 1924, intenso e pesado bombardeio, tanto por terra como pelo ar, por ordem do então Presidente Arthur Bernardes, com pleno aval do Governador Carlos de Campos, que proferiu, na ocasião, célebre (e polêmica) frase: “São Paulo prefere ver destruída sua bela capital antes do que destruída a legalidade no Brasil”.

Carlos de Campos não completou o quadriênio de seu mandato , pois veio a falecer em 1927, pouco antes do seu término, em razão de um AVC que o acometeu enquanto trabalhava em seu gabinete no Palácio dos Campos Elíseos, sede, na época, do Governo paulista .

O pesquisador do CPDOC/FGV , Antônio Sérgio Ribeiro, assim registrou esse episódio : “No dia 22 de abril de 1927, quando despachava em seu gabinete no palácio do governo em São Paulo, Carlos de Campos foi acometido de um derrame cerebral, vindo a falecer em 27 de abril. Assumiu o governo interinamente o presidente do Senado Estadual, Antônio Dino da Costa Bueno [Dino Bueno foi Professor de Direito Civil e Diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em virtude da recusa do vice-presidente Fernando Prestes de Albuquerque, que alegou problemas de saúde, mas na realidade não queria tornar inelegível seu filho, o deputado federal Júlio Prestes de Albuquerque, que já era candidato à sucessão estadual.”

E, com efeito , Júlio Prestes de Albuquerque , eleito , tornou-se sucessor de Carlos de Campos como Presidente do Estado de São Paulo (1927-1930). Um último e curioso registro: após o falecimento de Carlos de Campos (em 27 de abril de 1927), o Município dr São Paulo editou a Lei n. 3.042, de 20 de maio de 1927, promulgada por seu então Prefeito Municipal, J. Pires do Rio, com o seguinte teor: “Art. 1o. – A Avenida Paulista passa a ser denominada – Avenida Carlos de Campos”. Esse diploma legislativo municipal, no entanto, veio a ser revogado pouco tempo após, para restabelecer a primitiva denominação: Avenida Paulista !

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