Com eleição marcada para o dia 5 de outubro, data em que a Constituição Federal do Brasil completa 35 anos, a Santa Casa de Misericórdia de Tatuí conta com um quadro de associados de apenas 12 pessoas. Quem fala é a médica Maria Laura Lavorato Matias, interventora municipal do hospital do SUS, nomeada pelo prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior. Para ela, este número de sócios não é suficiente para formar uma chapa para assumir a Provedoria. Mas Maria Laura afirma que, em reuniões realizadas recentemente, idealiza-se a formação de um quadro de conselheiros, sem remuneração, com o sócio que quiser participar. Sua função é auxiliar na administração e captar novos sócios para a Santa Casa.
Na quarta-feira (27), a médica Maria Laura e Diego Iamonte, da empresa Iamonte Gestão e Saúde, que cuida da atual administração da Santa Casa, conversaram com a reportagem do Jornal Integração e informaram sobre providências adotadas no hospital e que reverterá em benefício dos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma reforma, que ocorre na antiga entrada da Santa Casa, resultará na edificação de um laboratório de análises clínicas do próprio hospital. No sábado (23), outro projeto, que deu um bom resultado, foi um mutirão de cirurgias de catarata. A médica Maria Laura informa que foram beneficiados 83 pacientes, após triagem com a participação de 130 pessoas. Ela garante ainda que a verba para realizar as cirurgias, destinada à Santa Casa pelo deputado Conte Lopes, pode chegar a atender 100 pacientes. A interventora diz que o primeiro atendimento foi o mapeamento de retinas, ultrassom, medição da lente e, finalmente, as cirurgias.
Gestor informa que negocia dívidas
Diego Iamonte, com formação em Biomedicina, curso de administração hospitalar, e que já atuou no Hospital Sírio Libanês, diz que sua empresa venceu a licitação para gerir a Santa Casa de Tatuí. Ele conta ao Jornal Integração que, logo ao assumir, sua primeira providência foi renegociar as dívidas e contratos do hospital. Para ele, o que pesa no orçamento da Santa Casa são os passivos trabalhistas. No entanto, em consonância com a juíza Ana Paula Sartorelli Brancaccio, da Vara do Trabalho de Tatuí, alguns problemas foram solucionados de forma satisfatória. Existiam dívidas com dissídio coletivo, foi renegociado com o sindicato da categoria e a última parcela termina em dezembro de 2023, diz o administrador hospitalar. Este ano houve um aumento salarial de 6% e mais 25% no vale-alimentação para os 423 colaboradores que trabalham na Santa Casa. O corpo clínico é composto por 108 médicos e todos trabalham como prestadores de serviço (PJ). Diego afirma que o hospital está com 93% de ocupação dos leitos hospitalares. Quanto às dívidas com o FGTS, estão em fase de homologação e tudo vai ser resolvido com a colaboração da Justiça do Trabalho.
O administrador se reporta às mudanças drásticas, principalmente aquelas que atingem interesses pessoais e de grupos econômicos. Ele diz que não teme enfrentar estes tipos de problemas e tem experiência para administrar conflitos. Diego Iamonte garante que agora a Santa Casa de Tatuí só contrata empregados por meritocracia. O candidato passa por uma prova, em seguida participa de entrevista com o coordenador da área em que vai atuar, e não existe mais contratação por indicação.
