QUEM SOU EU?

EDIÇÃO 2301 – 26-10-2024

            Fui um grande empresário brasileiro no século XIX. Minha atividade deu um grande impulso ao País. Com oito anos perdi meu pai e fui criado por meu tio, que pertencia à Marinha. Minha contribuição para um País vizinho, fez com que sofresse um boicote por parte do governo imperial. Este episódio resultou em minha falência. Afinal, quem sou eu?

RESPOSTA DA EDIÇÃO 2299 – 19-10-2024

            Marcus Vinicius Melo Morais, conhecido como Vinicius de Moraes, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho do funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz, desde cedo já mostrava interesse por poesia. Ingressou no colégio jesuíta Santo Inácio, onde fez os estudos secundários. Entrou para o coral da igreja, época em que  desenvolveu suas habilidades com a música. Em 1928 começou a fazer as primeiras composições musicais.

            Em 1929, Vinicius iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro. Em 1933, ano de sua formatura, publicou seu primeiro livro de poemas intitulado O Caminho Para a Distância. Nessa época, já era amigo dos poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Trabalhou como representante do Ministério da Educação na censura cinematográfica, até 1938, quando recebeu uma bolsa de estudos e seguiu para Londres, onde cursou Literatura Inglesa na Universidade de Oxford. Trabalhou na BBC londrina até 1939. Em 1940, de volta ao Brasil, iniciou a carreira jornalística no jornal “A Manhã”, escrevendo uma coluna como crítico de cinema.

Carreira Diplomática

            Em 1943, Vinicius de Morais foi aprovado no concurso para “Diplomata” e seguiu para os Estados Unidos, onde assumiu o posto de vice-cônsul em Los Angeles. Serviu sucessivamente em Paris, a partir de 1953, em Montevidéu, a partir de 1959 e novamente em Paris em 1963. Vinicius voltou definitivamente ao Brasil em 1964. Em 1968 foi aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco. O compositor era malvisto pelo governo militar, pois era artista e bebia. Foi expulso do serviço diplomático, depois de 26 anos de carreira.

Poemas de Vinícius de Moraes

            Vinicius de Moraes foi um poeta significativo da Segunda Fase do Modernismo. Ao publicar sua Antologia Poética, em 1955, admitiu que sua obra poética se dividia em duas fases: A primeira fase, carregada de misticismo e profundamente cristã, começa em O Caminho para a Distância (1933),e   termina com o poema, Ariana, a Mulher (1936). A segunda fase, iniciada com Cinco Elegias (1943), assinala a explosão de uma poesia mais viril. Nela, – segundo ele – estão nitidamente marcados os movimentos de aproximação do mundo material, com a difícil, mas consistente repulsa ao idealismo dos primeiros anos.” Seu grande tema foi o amor e suas múltiplas manifestações: saudade, carência, desejo e paixão. O “Poetinha”, como era chamado, foi um escritor da modernidade amorosa como expressou no poema Soneto da Fidelidade (1946):

“De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vive-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quero saber a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”

            Ao englobar o “mundo material” em sua produção artística, Vinicius se inclinou por uma lírica comprometida com o cotidiano, quando buscou os grandes dramas sociais do seu tempo. Um exemplo é o poema Rosa de Hiroshima (1954):

“Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima”. (…)

            Em 1956, Vinicius de Moraes estreou o musical Orfeu da Conceição, no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com cenário de Oscar Niemeyer e música de Antônio Carlos Jobim (Tom Jobim). Foi o ponto de partida para a Bossa Nova. Em 1959, o filme Orfeu do Carnaval, do francês Marcel Camus, baseado na peça de Vinícius, ganhou a Palma de Ouro de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro. A carreira musical de Vinicius teve início em 1927, quando começou a compor com Paulo e Haroldo Tapajós, mas só se consolidou na década de 1950, com os momentos dos três grandes fundadores da Bossa Nova na música popular brasileira: Vinicius, Tom e João Gilberto. (Fonte: Dilva Frazão,  bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental. Site Ebiografias).

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