EDIÇÃO 2277 – 27-4-2024
Fui um dos principais personagens do Segundo Reinado do Brasil. Participei da Guerra do Paraguai como um dos seus comandantes. Fui banido do Brasil e morri no dia 28 de agosto de 1922, quando voltava para participar do Centenário da Independência. Afinal, quem sou eu?
RESPOSTA DA EDIÇÃO 2276 – 20-4-2024
Emílio Garrastazu Médici – Nasceu em Bagé, dia 4 de dezembro de 1905 e faleceu no Rio de Janeiro, dia 9 de outubro de 1985. Foi um militar e político brasileiro. Foi o 28.º Presidente do Brasil, sendo o terceiro do período da ditadura militar brasileira, entre 30 de outubro de 1969 e 15 de março de 1974. Participou da Revolução de 1930 liderada por Getúlio Vargas. Na sua carreira militar, atingiu o posto de General de exército.
Durante o seu governo, o país viveu o chamado “Milagre Econômico”, caracterizado pelo crescimento de 55,84% do PIB (média de 11,16%) e 42,15% da renda per capita (média de 8,43%),mas triplicando a dívida externa com aumento de concentração de renda. Médici assumiu com a inflação em 19,31%, e entregou a 15,54%. Entretanto, deve-se considerar que o aumento da taxa de crescimento deste período ocorreu por causa do aumento do total de investimento estrangeiro e de um amplo programa de investimentos do Estado, através da aplicação de fundos de instituições internacionais de crédito. Este último fator provocou uma elevação drástica na dívida externa, que de um total de 3,9 bilhões de dólares em 1968 saltou para mais de 12,5 bilhões de dólares em 1973.
No seu governo concluíram-se também projetos desenvolvimentistas como o Plano de Integração Nacional (PIN), que permitiu a construção das rodovias Transamazônica (que nunca foi acabada) e a Ponte Rio-Niterói, entre outras, além de grandes incentivos fiscais à indústria e à agricultura, o PIS/PASEP, o acordo com o Paraguai para a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, até hoje a hidrelétrica de maior produtividade no mundo.
Ao longo do governo de Médici, a ditadura militar atingiu seu pleno auge, com controle das poucas atividades políticas toleradas, a repressão e a censura às instituições civis foram reforçadas e qualquer manifestação de opinião contrário ao sistema, foram proibidas. Foi um período marcado pelo uso sistemático de meios violentos de repressão como a tortura e o assassinato. Seu período na presidência ficou conhecido historicamente como Anos de Chumbo. Por conta disso, em 2015 e 2024, respectivamente, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) revogaram o título de Doutor Honoris Causa que lhe foram concedidos na década de 1970.
Médici exigiu que, para sua posse na presidência, o Congresso Nacional fosse reaberto. E assim foi feito: em 25 de outubro de 1969, Emílio Garrastazu Médici teve a escolha como presidente da República sacramentada por uma sessão conjunta do Congresso Nacional, obtendo 293 votos, com 75 abstenções. Tomou posse no dia 30 de outubro de 1969, tendo consciência do caráter de exceção do regime e prometendo restabelecer a democracia até o final de sua gestão, o que não ocorreu.
Médici, ao contrário dos presidentes anteriores (Castelo Branco e Costa e Silva) e de seu sucessor, Geisel, não cassou mandato eleitoral de nenhum político e Delfim Neto foi seu ministro da Fazenda.




