EDIÇÃO 2267 – 10-2-2024
PASSOU A MORAR EM TATUÍ EM 1970. CRONISTA E COLABORADOR DE VÁRIOS JORNAIS DA REGIÃO. MAÇOM E ESPÍRITA. TEM UMA ESCOLA COM SEU NOME NO BAIRRO GUAXINGU. QUEM SOU EU?
RESPOSTA DA EDIÇÃO 2266– 3-2-2024
Camilo Vanni – Nasceu em Tatuí, nos idos de 1898, filho de Flávio Vanni e Palmyra Lucchesi Vanni. Camilo, ao atingir a idade escolar, freqüentou o único grupo aqui existente e, depois, se transferiu para São Paulo, onde cursou colégio e escola secundária. Voltando novamente para Tatuí, moço feito, naturalmente cheio de ideais, aqui se transformou num verdadeiro dínamo impulsionador de múltiplas atividades, quer no setor social, econômico ou político. Ainda jovem, militou na imprensa, através do periódico “Ridendo”, onde escreviam Paulo Setúbal, João Padilha, Sílvio Azevedo e seu irmão, Alfredo Vanni. Mais tarde fundou a “Folha de Tatuí”, com a colaboração de Eulico Mascarenhas de Queiroz. Ainda na Década de 20 instalou a fábrica de fósforos “Palmyra”. Eram seus sócios: Juvenal de Campos Filho, o Naná e, João Leite. Por ocasião da Revolução de 1930, da era getuliana, tomou parte na Junta Governativa que administrou o nosso município. Trabalhou também, com muito empenho, junto ao Interventor João Alberto, pela instalação do 4º Ginásio Estadual em nossa cidade, trabalho este que teve o apoio integral do povo tatuiano, através da memorável “Semana Pró-Ginásio”, idealizada por José Celso Azevedo e Oscar Silveira da Mota. Tendo sido muito amigo do sr. José Vizioli, que era o diretor da Diretoria de Inspeção e Fomento Agrícola, conseguiu que fosse instalada em Tatuí, a “Estação Experimental de Plantas Têxteis”, hoje a nossa “Estação Experimental de Tatuí”, sendo seu diretor Armando Petinelli por muitos anos. Participou, como secretário do Congresso Algodoeiro realizado em 1931, presidido pelo sr. José Vizioli, e tendo por sede o Cine Teatro São Martinho. Não havendo em Tatuí nenhuma sociedade que cuidasse dos interesses dos comerciantes, industriais, lavradores e criadores, Camilo Vanni, João Gândara Mendes e demais interessados fundaram a Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Tatuí. Foi vereador e candidato a prefeito, não tendo sido eleito por pequena margem de votos, sendo eleito seu opositor, Antonio Tricta Júnior. Fez duas viagens à Europa a fim de estudar sobre o cultivo e beneficiamento do trigo. Esteve também nos Estados Unidos, onde foi visitar escolas e centros culturais a respeito do cultivo da soja e do milho. Como gostava de plantas, em geral, não vacilou: comprou um sítio e tratou de plantar café, cereais e algodão, tudo dentro de normas e técnicas das mais recomendáveis. Na indústria lidou com o benefício de algodão e mandioca, cujas feculas eram até exportadas. Dotou Tatuí de duas vilas residenciais, loteando dois terrenos de sua propriedade. Teve grande participação no gravíssimo problema de energia elétrica, no tempo da “San Juan”, que chegou ao cúmulo de fornecer, certa ocasião, duas horas de força e luz aos seus sofridos consumidores. Trabalhou entusiasticamente na reorganização da Sociedade Recreativa 1º de Setembro, outrora Sociedade Italiana, e na fusão do Clube Recreativo 11 de Agosto com o Club Tatuhyense. A sua residência era um verdadeiro centro de reuniões, tanto de inumeráveis amigos como de homens de negócios ou de política. Dona Totoca, sua dedicadíssima esposa, de temperamento muito comunicativo e jovial, era quem se desdobrava no trato às pessoas que lá compareciam. Camilo Vanni foi também um dos fundadores do Rotary Club Tatuí. Faleceu em 18 de setembro de 1980. (do livro “Ilustres Cidadãos”, de Renato Ferreira de Camargo e Christian Pereira de Camargo)


