EDIÇÃO 2259 – 9-12-2023

FUI MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS! DURANTE MUITOS ANOS, FUI CONSULTOR JURÍDICO DO ITAMARATY . FUI PROFESSOR DE DIREITO.  O MEU NOME COMPÕE O PANTEÃO DOS GRANDES JURISTAS NACIONAIS. QUEM SOU EU?

RESPOSTA DA EDIÇÃO 2258 – 2-12-2023

José Maria Eça de Queirós (1845-1900) foi um escritor português. “O Crime do Padre Amaro” foi o seu primeiro grande trabalho, um marco inicial do Realismo em Portugal. Foi considerado o melhor romance realista português do século XIX. Foi o único romancista português que conquistou fama internacional, naquela época. Foi duramente contestado por suas críticas ao clero e à própria pátria. A crítica social unida à análise psicológica aparece nos livros O Primo Basílio, O Mandarim, A Relíquia e Os Maias.

Infância e Formação – José Maria Eça de Queirós, conhecido como Eça de Queirós ou Eça de Queiroz, nasceu no dia 25 de novembro, na cidade de Póvoa de Varzim, Portugal. Seus pais, o brasileiro José Maria Teixeira de Queirós e a portuguesa Carolina Augusta Pereira de Eça, casaram-se quatro anos após seu nascimento. Esse fato fez com que ocultassem o filho por muito tempo. Eça passou sua infância e adolescência longe da família, sendo criado pelos avós paternos. Foi interno no Colégio da cidade do Porto. Em 1861 ingressou no curso de Direito da Universidade de Coimbra, onde se formou em 1866. Nessa época, manteve contato com os movimentos estudantis liderados por Antero de Quental e Teófilo Braga. Depois de formado foi para Lisboa residir com os pais. Exerceu por algum tempo a advocacia.

Carreira Literária e diplomática – Eça de Queirós iniciou sua carreira literária como romântico, caminhando para a prosa realista através de três fases: A primeira fase teve início em 1867 com “Notas Marginais” – folhetins publicados na “Gazeta de Portugal” (postumamente reunidos em Prosas Bárbaras). Nesse mesmo ano dirigiu, na cidade de Évora, o jornal de oposição “Distrito de Évora”.

Em 1869, como jornalista, assistiu à inauguração do Canal de Suez, no Egito, que resultou na obra O Egito, publicada postumamente. Depois, instalou-se em Leiria como administrador do Conselho. Em 1871, participou do grupo “Cenáculos” formado por antigos estudantes que decidiram realizar uma série de conferências públicas para divulgar as novas ideias sobre arte, religião, filosofia e política. Nas “Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense”, Eça de Queirós proferiu a palestra “O Realismo Como Nova Expressão de Arte”. Junto com o escritor Ramalho Ortigão, publicou em folhetins a novela policial O Mistério da Estrada de Sintra. Ainda em 1871, Eça e Ortigão criaram os fascículos mensais “As Farpas”, nos quais publicavam críticas ferinas, mas sempre bem humoradas sobre a realidade portuguesa de seu tempo, como os seus costumes, instituições, partidos políticos e problemas.

Em 1872, Eça de Queirós ingressou na carreira diplomática ao ser nomeado cônsul em Havana. Em 1874 foi transferido para o consulado de Newcastle-on-Tyne, na Inglaterra. Em 1875 teve início a segunda fase de sua obra quando publicou O Crime do Padre Amaro, inspirado na época em que esteve em Leiria. O romance representou o marco inicial do Realismo em Portugal. Nele, Eça faz uma crítica violenta da vida social portuguesa quando denuncia a corrupção do clero e a hipocrisia dos valores burgueses.

Em 1878, Eça de Queirós foi transferido para o consulado de Bristol, também na Inglaterra. Nesse mesmo ano publicou O Primo Basílio, no qual coloca como tema o adultério, focalizando a decadência da família burguesa de seu tempo. A crítica social unida à análise psicológica aparece também no romance Mandarim. Em 1885, Eça visitou o escritor francês Émile Zola, em Paris. Casou-se em 1886, com 40 anos, com Emília de Castro Pamplona Resende, jovem de família aristocrática. O casal teve dois filhos – Maria e José Maria.

Em 1888 foi nomeado cônsul em Paris, ano que publicou Os Maias, iniciando a terceira fase em sua carreira literária, quando o autor se abstrai da sátira contundente e da ironia caricatural da família ou da sociedade burguesa, para conduzir-se à uma trilha construtiva. O escritor abandona os elementos realistas e lança-se ao cultivo de princípios moralizantes deixando transparecer que o valor da existência reside na simplicidade. É desse momento: A Ilustre Casa de Ramires e A Cidade e as Serras, o conto Suave Milagre e as biografias religiosas. Eça de Queirós faleceu em Neuilly-sur-Siene, França, no dia 16 de agosto de 1900.

Frases de Eça de Queirós

– Os sentimentos mais genuinamente humanos logo se desumanizam na cidade.

– A arte é um resumo da natureza feito pela imaginação.

– O amor eterno é o amor impossível. Os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam.

– Quando não se tem aquilo que se gosta é necessário gostar-se daquilo que se tem.

– O maior espetáculo para o homem será sempre o próprio homem. (Biografia de autoria de Dilva Frazão, Biblioteconomista e professora).

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